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Estamos a alterar os nossos hábitos de compra.

Estamos a alterar os nossos hábitos de compra.

03

ABR

2020

Perante a situação que atravessamos atualmente, os portugueses revelam uma preocupação generalizada relativamente ao surto de COVID-19.


Os resultados obtidos pelas empresas Kantar e Centromarca revelaram que 81% dos inquiridos nos seus estudos, alteraram os hábitos diários e o seu comportamento relativamente ao consumo. Esta mudança abrupta está diretamente relacionada com a situação que o país está viver.


Numa análise geral a estes estudos, ressaltam três grandes alterações às rotinas das famílias portuguesas, são elas:

lavar mais vezes as mãos (83%)
redução do consumo fora de casa (77%)
menor utilização de transportes públicos (62%)


Além disso, a consultora Kantar identificou reações de compra em três momentos distintos, e em que se verifica um comportamento distinto do padrão.

O primeiro momento surgiu aquando da confirmação dos primeiros casos do novo coronavírus em Portugal. O dia 3 de Março fica marcado pelo dia do ano em que houve a maior afluência às lojas - 51% acima da média diária de 2020. Esta preocupação generalizada levou os compradores a uma massiva deslocação para a compra de produtos alimentares, produtos de higienização para o lar e cuidados pessoais. Isto representa um aumento de 23% e 22% respetivamente, quando comparado com a média semanal de 2020 até ao fim do mês de fevereiro.


O segundo momento situa-se entre os dias 11 e 14 Março, quando a Organização Mundial da Saúde anuncia o estado de pandemia. Neste intervalo de tempo, atingiu-se o número mais elevado do ano de compras de produtos. O alarme social gerou uma afluência de compradores que resultou num aumento em 24% acima da média diária deste ano. Nesta altura, reforçam-se as recomendações para ficar em casa e ter o máximo de cuidados possíveis. Desta forma, as famílias sentiram a necessidade de reforçar os seus stocks de produtos, e a cesta de compras aumenta consideravelmente - os focos de compra são os produtos de limpeza e o armazenamento de produtos alimentares. Prova disso é que a quantidade de produtos comprados esteve 45% acima da média anual.


Por último, o terceiro momento que aconteceu a partir do dia 19 de Março, quando foi declarado o estado de emergência nacional. Neste momento, a afluência às lojas bate records mínimos, atingindo o seu nível mais baixo no dia 22 de Março - 42% abaixo da média diária do ano. No entanto, o tamanho da cesta de compras aumentou brutalmente. Tratava-se de um cenário em que havia menos compradores nas lojas, mas cada comprador, estava a comprar mais produtos. Ainda assim, verificou-se uma quebra geral na compra destes produtos.

Perante uma procura bastante forte, a capacidade de reposição de stock gerou falhas. Este seria um aspecto previsível, uma vez que as lojas não estavam preparadas para um aumento tão rápido no consumo.


Se olharmos com mais pormenor para o tipo de bens, encontramos uma procura mais consolidada de produtos básicos e de longa duração, tais como: grão, feijão, farinha, peixe e legumes de conserva, massas, entre outros. Num segundo plano, destaca-se igualmente a procura de produtos como o arroz, leite, sal, açúcar, bolachas ou congelados (salgados, verduras, carne e peixe).

Esta situação apanhou o mundo de surpresa e os compradores não tiveram o tempo necessário para planear as suas compras. Acredita-se que a grande maioria das compras tenha surgido de forma imprevisível.


Os próximos meses, conforme a evolução da situação global, irão ditar a continuidade destes padrões de consumo ou uma nova alteração baseadas nas necessidades de consumo.

Estamos a alterar os nossos hábitos de compra.